Em alguns casos, o desconto será integral. Só os professores universitários, que vão repor os dias parados, não serão descontados.
Ao todo, mais de 11 mil funcionários públicos vão ter parte do salário cortado. Em alguns casos, o desconto será integral. Por enquanto, só os professores universitários não terão os dias descontados porque, segundo o Ministério da Educação, os professores, que não trabalharam durante os últimos três meses, vão repor os 90 dias parados.
Já o desconto no contracheque dos outros grevistas pode ser integral ou parcial. Mas todos os dias não trabalhados serão descontados, promete o governo.
Segundo o governo, 80 mil funcionários públicos aderiram à greve. Nas contas dos sindicatos são 350 mil, parados há cerca de dois meses. Desde então, os protestos têm sido diários.
Na terça-feira (21), tinha até fumaça na Praça dos Três Poderes e notas de Real falsas pelo ar. De novo, manifestações em aeroportos. Na Ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai, mais um dia sem vistoria. Na Via Dutra, no Rio de Janeiro, policiais rodoviários estenderam uma faixa: ‘Passagem livre para o tráfico de drogas e de armas’.
O ministro da Justiça reagiu. “Nós vamos aplicar sanções devidas e as punições àqueles que, não querendo usar da liberdade de expressão, utilizam o abuso do direito”, afirmou.
No fim do dia o Ministério da Educação anunciou que os funcionários de 20 universidades federais que estavam parados desde junho decidiram voltar ao trabalho porque aceitaram a proposta de reajuste do governo. Mas foi só. Para todas as outras categorias, permanece o impasse.
A Confederação dos Servidores voltou a dizer que o máximo de 15,8% de aumento parcelado em três vezes não dá. “O que o governo apresentou fica muito distante do que nós viemos negociando desde 2009 com o governo”, afirma Josemilton Costa, secretário-geral do Condsef.
E o governo voltou a afirmar que esse é o teto. “O governo já foi além até das suas possibilidades, claro, dentro da responsabilidade fiscal. E eu acho que nesse momento não há possibilidade de expandir”, explica Sergio Mendonça, diretor de relações do Trabalho.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal disse que entra nesta quarta (22) com ação, no Supremo Tribunal Federal, questionando o corte no ponto.