III FÓRUM DA MULHER: Mulher do Vale; a capacidade de organizar coletividades

07/06/2013 10:52

O evento reuniu no Galpão Cultural 270 participantes, em sua maioria mulheres, além de convidados e equipe da UFMG. O evento é uma promoção do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem/Fafich/UFMG) e do Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha (Proex/UFMG), com apoio da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Capelinha (CMDM) e Prefeitura de Capelinha.

Dezessete municípios do Vale encontram-se representados no evento: Araçuaí, Aricanduva, Berilo, Capelinha, Chapada do Norte, Coronel Murta, Diamantina, Francisco Badaró, Itamarandiba, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas, Jequitinhonha, Minas Novas, São José dos Campos, Turmalina e Veredinha.

Um misto de emoção e luta, a partir de palestras, depoimentos e performances artísticas, deu início nesta quinta, dia 6, ao III Fórum da Mulher do Jequitinhonha, na cidade de Capelinha, MG. A mesa de abertura contou com a presença do prefeito de Capelinha, José Antônio Alvez de Souza; a diretora da FAOP, Gabriela Lopes; a coordenadora do evento, Marlise Matos; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Capelinha (CMDM), Flávia Fróis, e da representante da comunidade Quilombola Mutuca de Cima, Maria Auxiliadora. Souza ressaltou que “ a cidade está orgulhosa de receber tantas mulheres com tantas histórias e de tantas regiões”. O prefeito destacou, ainda, a importância do respeito às mulheres: “quando se fala das mulheres nós todos devemos ter absoluto respeito, afinal de contas, todos nós viemos delas”. Todas as falas da mesa de abertura destacaram a força e importância da mulher e problematizaram a falta de representação política feminina. Gabriela Lopes destacou que “a mulher tem uma capacidade fantástica de mobilização e organização de coletividades, mas isso não tem se refletido em participação política das mulheres”.

A professora do Instituto de Ciências Agrárias (ICA/UFMG), Flávia Galizoni, apresentou durante a palestra “A mulher rural” dados e perspectivas sobre a temática. Flávia apresentou a dinâmica da agricultura familiar camponesa que gira em torno da terra, do trabalho e da migração. A professora demonstrou, ainda, a importância da agricultura familiar, que segundo pesquisas representa 40% dos alimentos consumidos diariamente no Brasil. Ao tratar dos pequenos agricultores reproduziu a fala de um agricultor do Vale do Jequitinhonha: “o problema é que o povo aumenta, mas a terra não espicha”. Ela expôs também a dinâmica particular de gestão dessa forma de agricultura que envolve todos os membros da família. “ Trabalho de menino e velho é pouco, mas quem não usa é bobo”, afirmou a professora retomando a fala de outro pequeno agricultor.  

O primeiro dia de evento contou, ainda, com uma segunda mesa de discussão sobre “Saberes entre gerações”. Já a programação cultural,  teve as meninas da Associação de Mulheres de Capelinha e a peça teatral “As mulheres que amam demais”, encenada por jovens de Capelinha.  Nos intervalos da programação, as mulheres participantes se reuniram em rodas de cantiga e dança.

Fonte: Portal Pólo Jequitinhonha, com alterações do JequiNoticias

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