Lavrador que estuprou e matou menina de 10 anos detalha crime "sem arrependimento"
O homem foi preso ontem e participou da reconstituição do crime na manhã desta quarta-feira na comunidade rural de Teófilo Otoni onde Taylane Batista Dias foi morta
“É frio, sem demonstrar arrependimento, sem receios”. Essa foi a definição dada pelo chefe o Departamento de Polícia Civil do Norte de Minas Gerais, Antônio Carlos Alvarenga Freitas, para o lavrador Milton Rodrigues dos Santos, suspeito de estuprar e matar a menina Taylane Batista Dias, de 10 anos, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. O homem foi preso ontem e participou da reconstituição do crime na manhã desta quarta-feira. Cerca de 15 policias e peritos acompanharam a reprodução e uma boneca foi usada para que o suspeito simulasse os detalhes da ação criminosa.
Milton Rodrigues dos Santos - Foto: Luiz Sandes
A menina desapareceu no dia 9 de fevereiro da fazenda onde morava com a família. Quando sumiu, ela estava sob responsabilidade do padrasto que foi apontado como suspeito para desparecimento, mas quando o corpo dela foi achado a polícia mudou a linha de investigação. No dia 17, o corpo da menina foi encontrado por lavradores em uma comunidade rural a aproximadamente 500 metros da residência da vítima - dentro de uma cova. A perícia constatou que a menina foi estuprada, asfixiada e que estava sem a perna esquerda.
Milton relatou aos policiais que estava fazendo um cigarro nas proximidades da residência onde morava há 15 dias. Ele é foragido da Justiça porque já foi condenado por um homicídio, mas recebeu um benefício de sair da cadeia por cinco dias e nunca mais voltou. Ele trabalhava com lavrador em uma fazenda e abordou a menina sozinha no pasto. Milton se aproximou de Taylane conversou, arrastou a menina para local ermo e estuprou. Em seguida, apertou o pescoço dela até matar. “A morte não se deu pela força empregada no estupro. Ele matou para eliminar a possibilidade da menina denunciar o estupro”, afirma o delegado Freitas. O crime ocorreu pela manhã e Milton voltou ao local à noite para enterrar o corpo da criança.
Segundo o delegado, Milton passou a ser suspeitos depois de algumas informações coletadas por policiais no velório da menina. As atenções dos investigadores se voltaram para ele, que acabou confessando o estupro seguido de homicídio. Ele está preso em uma cela separada na Delegacia de Teófilo Otoni e será solicitada a transferência para outra unidade prisional fora da cidade. De acordo com o delegado, Milton corre risco de agressão por outros presos, pois o crime gerou grande revolta de comoção no município.
Condenado
A polícia já pediu a prisão preventiva para Milton, medida que deve se somar à detenção por condenação do crime cometido anteriormente. O preso matou com sete facadas um homem com quem brigou. A vítima estava bêbada e esbarrou em Milton. Segundo o delegado, por motivo fútil, o acusado desferiu os golpes no rival, foi preso em flagrante e condenado pelo homicídio. Quando recebeu o benefício de sair da cadeia e não voltou, ele sofreu uma regressão para o regime fechado, mas não havia sido encontrado. O crime contra Taylane o levou novamente para atrás das grades.

