CHACINA DE FELISBURGO: MST acampa em frente ao Fórum Lafayette na capital pedindo por justiça
Manifestantes protestam contra pedido de adiamento do julgamento, que já se arrasta por nove anos; fazendeiro suspeito de ser mandante responde em liberdade
Há um ano, movimento já reclamava da impunidade
Cerca de 500 manifestantes do Movimento dos Sem Terra (MST) estão acampados em frente ao Fórum de Justiça Lafayette desde a tarde desta terça-feira (14). Eles alegam que só sairão do local depois que a justiça for feita.
O manifesto acontece após a decisão do juiz Glauco Soares Fernandes, do II Tribunal do Júri de Belo Horizonte, abriu vista ao Ministério Público (MP) sobre o pedido de adiamento do julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, suspeito ser o mandande da Chacina de Felisburgo.
Em 2004, cinco pessoas foram mortas e outras 12, entre elas uma criança, ficaram feridas após um ataque ao acampamento do MST, nomeado de Terra Prometida, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha. Na data, homens comandandos por Chafik ainda chegaram a incendiar casas e escolas dos acampados.
Ainda de acordo com nota do MST, o fazendeiro foi preso e posto em liberdade por duas vezes, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mesmo depois de ter confessado a participação na chacina em depoimento à Polícia Militar.
Com mais este adiamento do julgamento, chega a nove anos a busca pela justiça no caso desta chacina. “O MST não sairá de Belo Horizonte até que a justiça seja feita. Manifestações similares serão feitas no interior para fortalecer a reivindicação, com acampamentos nos Fóruns de Governador Valadares, Alfenas e Montes Claros”, completava a nota.
Decisão
O juiz Fernandes determinou na última segunda-feira que fosse aberta vista ao MP sobre o pedido de adiamento do julgamento do fazendeiro e de W.A.S., que são os dois acusados pela chacina. O pedido de um dos advogados dos réus, Antônio Francisco Patente, foi motivado pela necessidade de presentar os réus em audiência na comarca de Jequitinhonha, distante 700 km da capital mineira.
Segundo o pedido, nesta terça (14) seriam ouvidas 60 testemunhas na cidade, um dia antes da sessão no Fórum Lafayette. O juiz aguarda a manifestação do MP para publicar a decisão que adia o julgamento, segundo a assessoria do fórum.
Fonte: O Tempo