População de Itinga quer abertura do hospital

07/01/2013 19:06

 

Quando esteve em Itinga para anunciar a construção de uma ponte, o ex-presidente Lula prometeu colocar o hospital para funcionar. Ele está fechado há 4 anos e não tem previsão de ser reaberto.

População de Itinga quer abertura do hospital
Prédios do hospital estão sendo tomados pelo mato
A maior conquista de Itinga nos últimos 10 anos é a ponte sobre o Rio Jequitinhonha, promessa feita por Lula, em 2003, e cumprida no ano seguinte.
 
A estrutura, com cerca de 350 metros, ligou o Centro do município ao Bairro Porto Alegre, facilitando a vida dos moradores, que antes precisavam enfrentar as águas acomodados em canoas ou em balsas.
 
Por outro lado, o sonhado hospital municipal, o Santa Edwiges, desejado pelo ex-presidente como se fosse um dos habitantes da pequena cidade, funcionou por cinco anos, de 2004 a 2009, e não tem previsão de reabrir as portas.
 
“A cidade melhorou depois da construção da ponte. Em relação ao hospital, porém, a prefeitura não tem condições de bancá-lo sem a ajuda do governo federal ou do governo estadual. Vamos tentar parceria com Diadema (SP), município que havia acolhido Itinga”, planeja o secretário de governo da cidade mineira, Marcos Elias, enquanto observa, de uma sala da prefeitura, a ponte financiada, em grande parte, pela mineradora Vale do Rio Doce.


Uma das cabeceiras da estrutura está próxima ao bar de seu Clemente Miranda Filho, de 66 anos. Seu Kelé, como é conhecido na cidade, é homem de boa prosa e de muitas lembranças.

Ele se recorda da época em que os moradores precisavam atravessar o leito em canoas de madeira ou nas balsas. “O melhor presente que Itinga recebeu foi a ponte”, garantiu o comerciante, que não abre mão de um retrato do papa João Paulo II em seu estabelecimento.

O que ele deseja, agora, é a reativação do hospital, que ainda conserva boa parte dos equipamentos. Os dois prédios que abrigaram a instituição de saúde, ambos de um andar, foram rodeados pelo mato
 
Em parte de um deles funciona o laboratório de análises clínicas da cidade. Três pessoas trabalham no local. Uma delas é o auxiliar de laboratório Eclésio Moreira, concursado na prefeitura e com contracheque de um salário mínimo. “Curso faculdade de análises clínicas em Teófilo Otoni (distante de 180 quilômetros de Itinga). O laboratório tem boa demanda, mas torço para a reativação do hospital”, deseja o rapaz.

Socorro 
 
Na praça, principal cartão-postal do município, os xarás Geraldo Pereira Loyola, de 47, e Geraldo Ferreira da Silva, de 77, sonham com o dia em que vão presenciar a reativação do hospital, tal qual testemunharam a construção da ponte sobre o Rio Jequitinhonha. “Quando o rio estava cheio, gastávamos, no barco, quase meia hora para chegar a outra banda da margem. A ponte foi muito bem vinda. Agora, a fonte de felicidade, se vier, será o hospital”, avalia o Geraldo mais velho.
 
O Geraldo mais novo tem opinião semelhante. Ele já precisou ser socorrido às pressas, depois de uma queda enquanto consertava o telhado, e ficou 18 dias internado no hospital em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. “Ocorreu antes de o hospital ser aberto e, depois, fechado. Um hospital como o nosso, com os equipamentos que tem, pode ser referência na região. Quando precisei ser socorrido, fui de ambulância. Não havia a ponte. O carro foi colocado numa balsa”, recordam.

Fonte: Estado de Minas

Contato

JequiNotícias Jequitinhonha - MG
CEP: 39.960-000
jequinoticias@yahoo.com.br