Vaticano não está preocupado com manifestações e segurança no Brasil
Federico Lombardi afirmou que Papa não utilizará o papa-móvel blindado.
Porta-voz disse que acredita na capacidade das autoridades brasileiras.

neste domingo (14), em Castel Gandolfo
(Foto: Tony Gentile/Reuters)
O Papa Francisco, que chega ao Brasil na próxima semana, terá uma agenda carregada e inúmeros encontros públicos, mas o Vaticano assegurou nesta quarta-feira (17) que não há preocupação quanto a possíveis manifestações hostis e sua segurança.
"Nós iremos ao Brasil confiantes na capacidade das autoridades de gerir a situação. Sabemos que as manifestações não são direcionadas ao Papa e à Igreja", explicou o padre Federico Lombardi, que respondeu a uma série de perguntas durante a apresentação desta primeira viagem do Papa ao exterior para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Ele também respondeu sobre as despesas da viagem: "quando temos despesas, é para pagar alguém por algum serviço, por um evento que é recebido positivamente pela maioria da população. Este dinheiro não é desperdiçado".
Mais de um milhão de jovens de 170 países, principalmente da América Latina, são esperados no Rio de Janeiro.
Em junho, manifestações em massa foram organizadas em todo o país contra o preço dos transportes públicos, os gastos exorbitantes com a Copa do Mundo de 2014 e a corrupção.
O porta-voz anunciou que o Papa Francisco "não utilizará o papa-móvel blindado" de seus antecessores."As autoridades do Vaticano confiam plenamente nas autoridades, que saberão tomar as medidas necessárias. No atual estágio, não esperamos inconvenientes para a JMJ. Todos irão compreender que a mensagem do Papa é uma mensagem de solidariedade", declarou Lombardi.
'É uma escolha do Papa, em conformidade com o que ele tem feito aqui. Ele se sente bem assim, com este contato' com a multidão, indicou, revelando que haverá várias ocasiões em que o pontífice estará em contato com as pessoas durante a sua viagem.
Um veículo branco, igual ao utilizado na Praça São Pedro em Roma, e um verde, de reserva, já chegaram ao Rio.
O porta-voz explicou em detalhes a programação do Papa Francisco.
Em relação à programação "leve" prevista para o Papa emérito Bento XVI antes de sua renúncia em fevereiro, a "agenda foi adaptada, intensificada, enriquecida com certos eventos", declarou o porta-voz.
Ele citou a ida de helicóptero do Rio de Janeiro ao santuário mariado de Nossa Senhora Aparecida em São Paulo, a visita a pequena favela de Varginha, onde caminhará a pé e irá a uma casa para encontrar com um família.
Como em sua visita em 8 de julho a ilha italiana de Lampedusa, quando encontrou imigrantes africanos, "as personalidades políticas não serão convidadas para a visita a favela", mesmo se o Papa não "rejeita encontrar pessoas que têm responsabilidades" durante a sua visita.
Também estão previstos encontros com jovens detidos, dependentes de drogas e do álcool. Ele almoçará com doze jovens participantes e irá confessar um dos peregrinos.
No avião de Alitalia que o levará ao Rio, mas que ele pediu para não conceder "entrevistas individuais ou coletivas", mesmo que sejam "preparadas" (como era o caso com Bento XVI) ou 'espontâneas' (como com João Paulo II).
'Se vocês fizerem perguntas de conteúdo -por exemplo sobre as manifestações sociais- vocês irão contra o seu desejo', preveniu o porta-voz, acrescentando que 'o que ele quiser falar, ele dirá'.
No Rio, Francisco se expressará "em espanhol, português e, talvez, italiano".
O Papa não previu encontrar vítimas de padres pedófilos: "isso é feito quando responsáveis locais da Igreja o pedem, quando o problema é muito sensível".
Fonte: AFP